A seguir, o perfil dos artistas que vão se apresentar na mostra da nova MPB de Goiás.
Ton Só
A urbanidade do caos, os gritos de protesto, as engrenagens que se alinham, as vozes mistificadas da mídia, o controle do poder, o som sufocado, a voz rasgada, o homem que busca seu lugar ao sol. As fórmulas de Ton Só fogem ao discurso demagogo e sua Parafernália não seria a cópia irônica da estrutura sistemática moderna? Como refutar a insígnia platônica de que o mundo é uma cópia?! Com letras pretensiosamente provocativas, como um alarde de cunho social, somado a um som expressivamente politizado, humanizado, Ton Só, vai, mas não vai só, leva consigo as idéias que transitam entre a aparente idéia e a idealizada forma. E por ele: "...Ton Só: Ouve, pensa, repensa às vezes; Lê, entende, ou não; Fala o que quer e ouve o que quer e o que não quer também; Canta, e bebe, e chora, e grita, e sente, e frita, e fuma, e caga, e pensa novamente, pensando agora em quem é que vai ler e ouvir toda asneira que escrevi e cantei; ansioso pra ser xingado, ou elogiado, e aplaudido ou vaiado. Já estou mergulhado, não tem volta, vou gritar essa Putaria toda! As boas e as ruins..." Ton Só e a Parafernália entram em estúdio em fevereiro para a gravação de sua primeiro demo com produção de Dênio de Paula, intitulada, "O Troco!"
Diego de Moraes
Estilo despojado, livre de compromisso com a mesmice e uma cabeça reinventada pela fusão de uma música simples, provocativa e direta. Sem meios termos Diego de Moraes abre seu espaço com gritos e uma musicalidade expressiva que não se molda às formas comuns da clichezada atual. Em suas palavras, se define: "Entre as músicas (em setembro passado gravou uma demo acústica com 11 músicas com a participação da irmã Fernanda na gaita e percussão) tem uma de DOIS ACORDES (sem refrão, com uma letra quilométrica, irritante e desagradável) que se chama "Todo dia", com a qual me classifiquei em terceiro lugar no Festival de Mpb do Sesi (mas eu só tinha ido lá pra tirar onda e fazer uma piada com o "formato tradicional da mpb", que não tem nada de popular, mas, infelizmente, se tornou música que a elite consome para se sentir uma classe distinta do resto da sociedade). Em minhas músicas falo de minha vidinha, do meu cotidiano, de minha vontade e de minha raiva." Com participação nas bandas, Leigos, Nóia Catódica, Idiotas Superiores e The Cretinos, atualmente, vencedor da última edição do "Tacomabocanocd" promovida pela Fósforo Record, Diego entra em estúdio para gravação de sua primeira demo.
Octávio Scapin
Quem vê Octávio Scapin brincar com letras e melodias pela primeira vez pode até se assustar: alguma coisa acontece de diferente. É inevitável perceber que, pela sinceridade, ele está errado ou certo demais. E, em qualquer um dos casos, ouvir o que ele tem a dizer é como ser persuadido. É mais. E demais é apenas errado e o que é certo nunca é demais. Ainda mais quando se transcende o último acorde, na outra ponta do ponto final. Scapin é maior que sua (muita) altura. Fica evidente no momento em que se ouve as primeiras notas: somente ele consegue ser o que ele é. E pra que isso fique bem claro, passeia pelas nuances de seu trabalho de maneira suave, natural e nem um pouco premeditada, bem como sua voz e dedilhar de violão. Tudo que molda seu caráter musical vai de blues à bossa nova. E vai muito bem, obrigado. Octávio segue, junto a pessoas essenciais a seu silogismo musical: Alexandre Marino, grande poeta mineiro, com 4 obras publicadas e parceiro de composições; Thiago Oliveira, amigo, guitarrista e parceiro musical há mais 6 anos. O caminho é trilhado de forma que palavras e melodia possam dizer a mesma coisa sempre. Para quem ainda não completou duas décadas de vida, ele já diz muito no Legado que constrói. E ainda existem tantas coisas que precisam ser ditas! Todas essas muito sentidas e sentidas, não importa o sentido. E tudo que se faz sentindo, é o sentido que se tem.
Fernando Simplista
Em meados de 1996 Fernando começa a levar a sério essa possibilidade de ser um compositor. Já que, cantava canções de tantos outros que gostava tanto. Em 1999 monta a primeira banda com alguns amigos de escola, de lá pra cá já saturado com as aspirações dentro do âmbito do rock chuta aquela guitarra que tanto o confundia e o contradizia e começa a se empenhar em canções mais delicadas, minimalistas levadas por uma sonoridade mais bralileira. Em 2004 fazendo parte da banda "Simplista e o Bloco da Madeira" consegue um espaço bem maior para mostrar sua música e ganha uma experiência com outros ouvintes, de uma nova música.
José Teles
Persistência, simplicidade e sensibilidade, são o que sustentam a música intimista de José Teles. Vinte e poucos anos não são suficientes para amadurecer a alma, mas quem disse que espírito tem idade? E isso se pode perceber no som desse jovem artista goiano; uma jovialidade expressiva somada a um sentimento envelhecido com as coisas problemáticas da vida: o amor, a dor, a esperança, o descontentamento, a constância de dias vazios e o desejo pela mudança do mesmo. Essa acidez em suas letras é suavizada com uma linha melódica despreocupada em agradar os mais exigentes pela "escolástica sonora" (que se danem então!). Não, Teles está mais preocupado em empatizar sua música, junto com o que está impresso em seu coração; e isto não seria um bom começo para qualquer artista? "Não fazer-se ouvir, antes, fazer sentir!" Daí, a aceitação é natural.E naturalidade é o que sobressai quando começa a dedilhar os primeiros acordes de suas canções, como se estivesse em casa. Em fevereiro sai seu primeiro cd pela Tambor Produções com produção de Dênio de Paula, intitulado, "Poesias Simples".
Selo Maquinária
O Selo Maquinária é uma idéia do escritor e músico Samuel Peregrino, que reuniu os novos talentos da música goiana para se apresentarem na cena cultural de Goiânia. O selo organiza os projetos Música de Trabalho, Curta a Jam! e Segunda Aberta. Mais informações no site, AQUI.
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