primeira tentativa: velocidade quase nenhuma agora. um relógio parado dentro da caixa craniana, outro no bolso rasgado do paletó. não se acompanha mais. não acompanha (mais) sua ausência de rosto perpetuada nos olhares dos (?) veramente (verdadeiramente) preocupados. cara, fica bem. eles, os assustados. rosto líquido. ou se liqüe. fazendo. não há rosto possível para os olhos patética e eternamente cravados. no. chão. os amigos sem queixo. os amigos sem voz. não acompanha mais a própria [ausência]. partida? ao meio. de novo: novamente: partida. ainda que não insistisse em insistir, malas prontas e. mas ainda: ali.
sinapses tecem janelas que dão para muros que se dobram sob leves chuvas. muros se desfazem com água. a chuva (ali) sempre imóvel (ali) – ninguém a está cuspindo. à rua. nunca, (para) lugar algum. rostos conhecidos perguntando se. tudo? bem. rostos vazios, esvaziados, os dentes aparecendo aqui e ali, no meio de uma palavra, no meio de um bocejo. brancos, amarelos, eventualmente negros. um jantar a céu aberto, mas o céu, aqui, nunca. aberto. mesa posta no gramado. não há comida. há muita bebida. sempre bebida demais. os olhos despregam do chão. pensa que: tudo bem. mas. não e então se. desfaz. primeiro os dedos, ao chão. a mão, os braços, as pernas: desmonte completo. e o copo cheio, inacreditavelmente suspenso no vazio. sozinho. mais do que nunca: velocidade nenhuma. agora.
segunda tentativa: velocidade máxima agora os dedos ocos canudos grossos fálicos o copo no ar quase na parede do quarto o quarto no meio da rua surrealismo desnecessário mas uma imagem possível porta aberta para o muro falta de ar pânico com coisas as mais corriqueiras ir ao mercado lavar-se bobagem ela sabe que força agora oca por inteiro os olhos ausentes feito saídas para o escuro o breu que murmura no fundo do copo suspenso o copo impossível de ser esvaziado impossível mesmo de ser alcançado a cidade e suas especificidades o quarto corre deixa para trás o teto que cai e se espatifa no meio da rua o quarto corre para onde (?) a cidade termina.
terceira tentativa: velocidade. nenhuma. agora.
Mais no blog de Márcia Jamf, AQUI.
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